Terça, 20/03/12.
Crônica: Razões para um homem não casar.
Homens românticos não se casam,
namoram. Acreditam no amor, mas o casamento o estraga. Tira suas próprias
conclusões, tem suas próprias convicções, mas a rotina do casamento acaba,
destrói qualquer tipo de relacionamento conjugal.
O homem pós-moderno tem
verdadeira urticária às algemas do amor. Chega a ter pesadelo ao imaginar-se
fisgado pra sempre.
Entrar na igreja, só mesmo para
batizados, missas, cultos e casamentos, desde que o coitado do noivo que esteja
indo pra forca não seja ele. O máximo que ele pode fazer em consideração e
respeito aos amigos mais chegados, é ser testemunhas ou, padrinhos de
casamento. No mais, ele foge de cerimônias do tipo, como o diabo foge da cruz.
É praxe ser bagunceiro,
desorganizado, desatento. Deixar toalhas molhadas na cama, meias, cuecas,
sapatos, e chinelos fora do armário, lençóis estendidos no varal ao relento.
Pastas de dentes abertas, livros esparramados por todos os lados, roupas sujas
fora do balde no banheiro, e pratos igualmente sujos na pia.
Assim é o lar doce lar, de um homem
sorteiro, do tipo meio largado. É claro que há exceção, mas estes representam
uma pequena porção, de uma imensa maioria no sentido contrário, na contramão, do dia a dia.
Mulher será sempre bem vinda. Do tipo
exibida, do tipo acanhada, solteira, casada, carente, de várias idades, donzela
e até meretriz, assim como diz, a música de Martinho da Villa.
Um jantar romântico a luz de
velas, uma noite inesquecível, daquelas difíceis de um casal esquecer, regado a
champagne, vinho do porto ou rosê, mas pela manhã cada um siga seu rumo na vida,
sem culpa, remorso ou despedida, ao invés de cometer o erro em compartilhar além
das emoções, espaço para acomodar escovas de cabelos e dentes, sabonetes,
xampu, pentes, toalhas de rosto e de banho, lugar no armário e no banheiro, fronhas,
lençóis, travesseiros, cama, mesa, armário, sofá, pinico, bacia.
Dividir o mesmo espaço pra
sempre, novelas ao invés de meu futebol em horário nobre, discutir relações,
agüentar estresse, crises de ciúmes de uma amiga enxerida, e de TPM, choros,
falsidades, intrigas, visita de sogra indesejada, cunhado folgado e sem noção, sogro
pedindo dinheiro emprestado, cunhada gostosa e oferecida, crianças mal educadas e
bagunceiras fazendo estripulia, trabalho excessivo diário, férias apenas
utopia, cartões de crédito estourados, cheque sem fundo, aborrecimentos com
patrões ou funcionários, SPC, Serasa, silicone, cirurgias plásticas, salão de
beleza, manicure e pedicure semanal, massagens corporais diária, aulas de
dança, e academia, calçados e roupas de grife ou mesmo bijuterias, jantares
semanais em restaurantes finos, datas especiais a lembrar todos os dias,
palavras torpes e vulgares, agressões físicas e verbais, queixas na delegacia,
desrespeitos, traições, crises matrimoniais e existenciais, cânceres de
garganta e pulmões, problemas renais, capilares e pontes de safena, estes são
apenas alguns problemas, inseridos numa relação; melhor é pensar se vale a pena
correr esse risco. Por isso digo e repito, que acho perda de tempo investir em
casamento, a muito considerado uma instituição falida; é como submarino, pode até boiar, mas um dia com
certeza afunda.
Melhor mesmo é viver uma relação
dos tempos pós-modernos, quando estiverem com saudades, ligam, se encontram,
transam, se amam, dormem juntos apenas mais uma noite, e ao raiar do dia, vazam
cada um pra suas casas, pois quando um não quer dois não casam. Que maravilha!
Viva!
Adilson Adalberto
Adilson Adalberto
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